Descarado



Descarado
Taí. O mascarado, o vi afinal.
Alegria, confete, arlequim!
Samba a mulata, sem igual!
Cantai tamborim!
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Chove chuva de papel,
Repique de repente!
Sai da frente coronel,
Dê passagem a toda gente!
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Taí. O mascarado, o vi afinal,
Guardava sua cara na bendita,
Hoje aparece sem laço nem fita,
É tolo, um cara-de-pau!
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Chove chuva de papel,
Contratos e acordos picados,
Sua cama é daquelas com dossel,
Enquanto morre-se por todo lado?
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Sem remédio sem comida,
Cidadão acorda cedo e vota,
Senão é prejudicado na vida.
No bolso vazio nenhuma nota!
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Taí. O mascarado, o vi afinal,
Passou aqui vestido de bom moço,
Talvez em outro carnaval,
Sua roupa listrada o leve,
 Ao seu último Carnaval,
O fundo do poço.
Anna Costa.

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