Sabe a música, ela tocou, Remexeu no recanto da alma, naquele trecho que fala de amor. Rasgou do caderno o bilhete Fez-me ler o relato, o caso ou era uma carta, um clamor Abriu as comportas dos olhos, Verteram-se lágrimas de dor. Sabe a lembrança, aquela guardada, Desabou do armário, veio ao chão. Caí, Fiquei ali, tonta, sorvida, encharcada, chorando de dor. Bebi, embriaguei o corpo de álcool, a boca de besteiras, as mãos de tremor. A música, cantou suas palavras, me disse coisas horríveis. Dancei, tropecei, Embriagada de letra e refrão, Deitei Minh ‘alma no chão. Gemi, sofri, dormi, como o cão, sonhei com você meu amor. E a música, essa, não, ela não perdoou, Foi até a última nota, sem tirar nem pôr. Ana Cristina Costa Imagem extraída do Pixabay