Um Cisco no Mundo!



Foi um cisco,
Apenas um cisco no olho,
Daqueles que culpamos pelas lágrimas.
Começou com um esfregar de dedos nas pálpebras.
Elas mentiram,
Deixaram cair muitas águas,
Molharam o brilho do chão,
Mancharam a madeira,
Escorreram na pele,
Secaram o pulmão.
Perguntaram então pelos olhos vermelhos,
O coitado do cisco anão,
Ficou mudo, calado,
Já havia maculado os dois olhos,
Pedia perdão.
O ser que vertia o sal,
Trancara a boca das palavras,
Elas caíram no vão.
Chorou suas mágoas,
Cortou o peito,
Enlaçou as mãos.
Lembrou-se de todas as coisas,
Sorria por vezes,
Petrificou
o próprio coração.
Agora ele é estátua,
Serve de cenário em pública praça.
E o cisco?
Este vagueia pelo mundo,
Carregando sua culpa e vontade
De cair em olhos alheios,
Ele, o dito.
Por: Ana Cristina da Costa

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