As Minhas Abóboras





No canteiro da vovó tinha alface e jiló 

Tinha batata também. 

Tinha tomate, quiabo e um pé de abricó. 

Quando eu era pequenina comia doce de manga feito em fatia 

levava sempre um pouco para a minha amada tia. 

Eu gostava de olhar as bojudinhas crescerem, 

num dia eram broto noutro abobrinhas. 

Uma delas me chamou, chamou muito a atenção, 

eu ficava até deitado de rosto colado no chão. 

Eram as minhas preferidas, as abóboras de pescoço, 

vovó pegava as verdinhas e as deitava no poço. 

Descascá-las era o meu passatempo preferido, 

aliás era eu de todos, o neto preferido. 

Via as abobrinhas esparramadas no chão, 

eu gostava e arrancava uma a uma no puxão. 

Juntava as gorduchas com cuidado na cozinha, 

Até que um dia apareceu, uma bruxa bem magrinha, 

e num toque fez sumir todas elas d’uma vez. 

Fiquei triste que tristeza sumiram uma, duas, três. 

Chorei, esperneei como de costume. 

Ora que coisa, que feiura, 

Uma bruxa ladra viciada em legume. 

Fui crescendo e escrevendo as minhas travessuras. 

Com certeza lembrarei destes dias com bastante ternura. 

Ana Cristina da Costa. 






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